domingo, 4 de novembro de 2012

OS MISTÉRIOS DO SANGUE FEMININO

Explico!
Sou terapeuta e trabalho com os Florais de Bach, em conversas com algumas clientes escuto que a menstruação atrapalha, incomoda, que dói e que não veem a hora de parar de menstruar, ou pior ainda, que vão fazer certos procedimentos para parar de menstruar.
Eu como profissional explico o que isso poderá acarretar e como bruxa e mulher fico triste ao perceber que elas não sabem que a menstruação é sagrada, uma benção.
Eu então comecei a estudar sobre o assunto, e li um texto que me mostrou que não estou errada.
Quero passar ele para vocês, mulheres e homens, e que vocês descubram a benção e a sacralidade da menstruação.
Texto tirado do livro O Anuário da Grande Mãe.


A primeira e mais antiga forma de medir o tempo foi pelo ciclo menstrual das mulheres. Olhando o céu e contando os dias para a chegada da menstruação ou para a confirmação da gravidez, as mulheres criaram os primeiros calendários e estabeleceram as bases do conhecimento mítico e mágico da Lua. A raiz da palavra "menstruação" vem do latim mens e significa "lua" e "mês". 
Para os povos antigos, a menstruação era um dom dado às mulheres pelas Deusas  para que elas pudessem criar e perpetuar a própria vida. A sincronicidade do ciclo lunar e menstrual refletia o vínculo entre a mulher e a divindade, pois ela guardava o mistério da vida em seu corpo e refletiam as estações e mudanças da natureza, o ventre aparecendo como receptáculo da vida eterna, simbolizado pelo cálice, caldeirão ou Graal em vários mitos. Todos os homens nascem da mulher, seus corpos são formados dos tecidos de seu útero, o sangue que corre nas veias do recém-nascido é o sangue de sua mãe. O poder da mulher vem através de seu sangue, por isso ela não deve temê-lo ou desprezá-lo, mas considerá-lo sagrado, imantado com o poder que liga a mulher à Fonte da Criação.
Considerada pelos povos antigo com a "Flor da Lua" ou o "Néctar da Vida", a menstruação passou a ser denegrida e desprezada pelas sociedades patriarcais, que a consideravam a origem do poder maligno da mulher, a marca do demônio, o castigo dado a Eva por ter transgredido as regras de obediência e submissão. Enquanto que nas sociedades matrifocais as sacerdotisas ofereciam seu sangue menstrual à Deusa e faziam suas profecias durante os estados de extrema sensibilidade psíquica da fase menstrual, a Inquisição atribuía a esse poder oracular e prova da ligação da mulher com o Diabo, punindo e perseguindo as mulheres "videntes". E assim originaram-se os tabus, as proibições, as crendices e as superstições referente ao sangue menstrual.
Os homens temiam esse sangramento misterioso da mulher. Esse temor vinha do fato de que o homem, quando sangrava, era por ferimento ou doença, com consequência  quase sempre fatais. 
Infelizmente , milênios de supremacia e domínio patriarcal despojaram as mulheres de seu poder inato e negaram-lhe até mesmo seu valor como criadoras e nutridoras da vida. Reduzidas a meras reprodutoras, fornecedoras de prazer ou de mão-de-obra barata, as mulheres foram consideradas incompetentes, incapazes, desprovidas de qualquer valor e até mesmo de uma alma!
Não mais o respeito e a veneração pelo poder sagrado de seu sangue, mas a vergonha, o silêncio sobre "aqueles dias", as acusações e explicações "cientificas" dos estados depressivos, explosivos ou das mudanças de humor como algo mórbido, que deveria ser tratado com remédios ou com a indiferença.
Em vez dos antigos rituais de renovação e purificação nas Cabanas ou Tendas Lunares, onde as mulheres se isolavam para recuperar suas energias e abrir seus canais psíquicos para o intercambio com o mundo espiritual, a mulher moderna deveria disfarçar, esforçando-se para continuar com suas atribuições cotidianas, perdendo o contato e sintonia com seu corpo e com a energia da Lua. O resultado é a tensão pré-menstrual, as cólicas, o ciclo desordenado, o desconhecimento dos "Ritos de Passagem" e dos "Mistérios da Mulher". As menins passam por sua menarca sem nenhuma preparação ou celebração, aprendendo, muitas vezes, as verdades sobre seus corpos de forma dolorosa ou prejudicial. Ao chegar na menopausa, a mulher sente-se marginalizada, desprezada, envelhecida, sem receber o apoio ou o ensinamento de como atravessar e aproveitar essa nova faze plena de possibilidades e de sabedoria.
É imperativo à mulher contemporânea recuperar a sacralidade de sua biologia. Para isso, ela deve lembrar seus antigos conhecimentos, compreender os verdadeiros mitos e arquétipo de sua natureza lunar, reconhecer o poder mágico de seu ventre e sua conexão com a Deusa.
A sociedade atual, altamente industrializada e intelectualizada, é carente de Ritos de Passagem e Celebrações, preocupando-se apenas com a produtividade, o consumismo e os modismos.
É vital para a mulher moderna suprir essa lacuna lendo e reaprendendo as antigas tradições, usando sua sabedoria para adaptá-las à sua realidade moderna.
Esse ato de "acordar" e "relembrar" reconecta a mulher à sua essência verdadeira, dando-lhe novos meios para viver de forma mais plena, harmônica, mágica e feliz.

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